África

Rainha de Katwe

janeiro 24, 2021

 


Olá! Depois de um tempo sem fazer nenhuma resenha nova, hoje vou falar sobre um livro que me deixou completamente apaixonada principalmente por ser uma história real. Rainha de Katwe foi lançado em 2016 por Tim Crothers, e aqui no Brasil foi publicado pela editora Harper Collins Brasil.

O livro conta a história de Phiona Mutesi, uma adolescente de 16 anos que vive com sua mãe e irmãos pequenos na favela de Katwe, em Uganda, África. A menina e sua família passam por muitas dificuldades financeiras assim como a grande maioria das famílias que vivem no mesmo lugar e as crianças precisam trabalhar para ajudar em casa. Muitas delas não frequentam a escola por causa dessa necessidade.

Com a chegada do professor Robert katende, que coordena um projeto que leva xadrez a todas as periferias da África, a realidade de Phiona e de muitas crianças daquele lugar começam a mudar.  Apesar de toda a timidez que ela possui e também da resistência dos colegas de projeto que não aceitam que uma menina suja, que não fala muito e que não é muito sociável faça parte das aulas, ela cede aos pedidos do professor que desde o primeiro contato percebe sua habilidade. O  que nenhum deles esperava, inclusive Robert é que ela se tornasse a maior representante do país em competições de xadrez graças ao seu talento e inteligência. 

 Uma das coisas que me chamou mais atenção no livro foi o quanto a sociedade africana deixa as mulheres à margem. O preconceito criado em torno de uma jogadora brilhante de xadrez foi evidenciado no livro até mesmo entre as crianças que participavam do projeto onde os meninos não aceitavam perder para as meninas e isso era motivo de uma cobrança enorme entre eles e muitas vezes a derrota era usada como uma maneira de desmoralizar uns aos outros. Resolvi fazer uma pesquisa sobre o papel da mulher na sociedade africana e descobri que em abril de 2020 uma mulher era assassinada a cada três horas somente na África do Sul. Em quase todos os casos isso acontecia somente pelo fato da vítima ser mulher. Quando a gente traz essa realidade para a história do livro, é possível perceber que a tarefa de Phiona de se afirmar como a melhor jogadora de xadrez do país foi muito difícil pois além de todas as dificuldades financeiras e falta de incentivo, ela era mulher, periférica e marginalizada. O livro me trouxe muita força, traz um sentimento de que tudo é possível basta querer mas também nos deixa muito tristes porque a gente percebe que a igualdade de gêneros e a equidade ainda está muito longe de se tornar real. Nós mulheres temos um caminho enorme a nossa frente para nos sentirmos seguras em nossos locais de trabalho, na rua, nas escolas e inseridas na sociedade como um todo.

  O filme foi inspirado nesse livro e está disponível na Netflix e no Disney +. Lembrando que foi a Disney que transformou o livro em filme e por isso ele está disponível nessa plataforma de streaming. Vou deixar o link para quem quiser fazer o download do livro em PDF e também para comprar online. Sei que muitos têm dificuldade com a leitura em PDF e acho válido dar mais opções. Aproveitem a leitura e se puderem assistam o filme que é mais do que inspirador. Beijos e até a próxima!


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Aias

Os Testamentos - Margaret Atwood

janeiro 05, 2021

 


Bem-vindos a segunda parte da nossa série sobre Margaret Atwood e hoje vamos falar sobre o segundo livro que originou a série The Handmaid's Tale. Os Testamentos traz uma nova visão da saga da heroína June para se livrar de Gilead e salvar sua filhinha. Dessa vez o livro é narrado por três outras personagens: uma tia, uma testemunha de dentro de Gilead e outra que já está no Canadá. O livro demorou mais de 30 anos para ser escrito e trazer todas as respostas que O Conto da Aia deixou em aberto.
Tudo se passa 16 anos após a queda de Gilead que ocasionou a saída da bebê Nicole da República. O livro veio exatamente para responder como foi o fim da República e de que maneira isso aconteceu. Isso tudo é descrito em 447 páginas e na minha humilde opinião foi muito melhor do que o primeiro porque aprimorou a nossa experiência com Gilead. Tudo que já conhecíamos sobre o lugar se tornou mais claro e muitas dúvidas foram tiradas a partir dos relatos das três personagens, então para mim o livro é excepcional. Mas se você espera que o livro e a série sejam iguais sinto desapontá-los! Não vou dar spoiler mas existem diferenças cruciais que não comprometem a narrativa porém, diferenciam as duas obras. No mais, o livro é super fácil de ler e o fato da gente não saber quem são os personagens que estão narrando os acontecimentos nos instiga a ler até o final sem perder o entusiasmo.  Vou deixar mais uma vez o link de compra e o  de download e vocês podem se divertir como preferirem.

 Beijos e até a próxima!


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Aia

O Conto da Aia - Margareth Atwood

janeiro 02, 2021

 


Oie! Em primeiro lugar gostaria de desejar um feliz ano novo a todos que vierem a ler esta postagem, muita saúde, nós estamos precisando nesse momento difícil que o mundo está enfrentando e dizer que é ótimo fazer a primeira postagem de 2021.

 Hoje vai ser a primeira resenha de uma série de duas sobre dois livros que deram origem a uma série chamada The Handmaid's Tale. No Brasil,  o título é o Conto da Aia. Ele foi escrito por Margaret Atwood em 1985 e publicado pela editora Rocco. O romance  distópico se passa num futuro muito próximo e tem como cenário uma república onde não existem mais jornais, revistas, livros nem filmes. Fazendo uma pausa para explicar o significado de distópico, a palavra está relacionada a um lugar hipotético onde se vive sob sistemas opressores, autoritários, de privação, perda ou desespero. Voltando à sinopse do livro, também não há advogados, as universidades foram extintas e ninguém tem direito à defesa. Os cidadãos que são considerados criminosos são fuzilados e pendurados em um muro, em praça pública para servir de exemplo à vista de todos. Para que isso aconteça não é preciso fazer muita coisa, basta, por exemplo, cantar qualquer canção que contenha palavras proibidas pelo regime como "Liberdade". Nesse estado teocrático e totalitário, as mulheres são as vítimas preferenciais anuladas por uma opressão sem precedentes. O nome desse lugar é Gilead, que antes foi Estados Unidos da América. Tudo mudou durante um golpe de estado promovido por uma organização que tinha como justificativa preceitos bíblicos. A ideia era criar uma nova sociedade que não tivesse nenhum resquício do que foi a sociedade anterior, que se corrompeu  e se rendeu a modernidade deixando a moral e os bons costumes de lado. As mulheres saudáveis foram retiradas de suas famílias e levadas para Gilead na intenção de repovoar o mundo servindo como barriga de aluguel para as esposas dos comandantes que não conseguiam ter filhos.

 Essas mulheres eram usadas somente para procriar e assim que os filhos nasciam elas eram retiradas dessa casa e levadas para uma outra casa para servir novamente como barriga de aluguel para uma outra esposa. Elas tinham praticamente todos os seus direitos negados como mulheres e não podiam sequer falar umas com as outras em público. As mais velhas, que não mais conseguiriam ter filhos trabalhavam nas cozinhas, nas escolas preparando as Aias e as filhas dos comandantes. As filhas dos comandantes recebiam ensinamentos sobre como ser a esposa perfeita e submissa, já as Aias só precisavam ser obedientes e se manterem saudáveis para terem filhos igualmente saudáveis e cumprirem assim, a vontade de Deus.

 Assisti primeiro a série e só depois descobri que a história tinha sido retirada de um livro. São dois volumes e o primeiro conta a história da Aia June que depois que passa a viver na casa de um comandante, é chamada de Offred. Todas elas recebiam nomes que faziam apologia ao nome do seu Comandante, no caso de June,  seu comandante era Fred. A série de início me chamou bastante atenção e quando eu comecei a ler o livro percebi que existem coisas que ficam soltas. Então eu vou deixar claro que eu prefiro a série por ter mais riqueza de detalhes. Esse primeiro livro conta desde o momento em que June foi raptada tentando fugir do país com a sua filha e o seu marido até o momento em que ela consegue retirar a filha que teve dentro da sociedade de Gilead para que ela pudesse ser salva no Canadá pelo marido que conseguiu se salvar durante a fuga. O livro é interessante por dar mais personalidade ainda a personagem que na série divide o protagonismo com outros personagens tão importantes quanto para o desenrolar da história. Lembrando que o livro é contado sob a ótica de June mas, é narrado por um professor universitário durante uma palestra mais de 100 anos depois da queda de Gilead. Vale a pena acompanhar porque acredito que mesmo faltando muitos detalhes que fazem parte da série, o livro consegue trazer bem toda a história e o contexto da criação desse regime totalitário e opressor e principalmente nos mostra claramente o papel da mulher em um regime desse tipo. Talvez tenha sido a maior lição que o livro me trouxe, que mesmo diante de tanta opressão ainda sofrida por nós mulheres, podemos lutar por nossos direitos mesmo lutando contra uma sociedade machista, que tenta nos oprimir mas que ainda é obrigada a nos dar voz. June é um símbolo de resistência e de perseverança e nos mostra que sempre podemos fazer mais, mesmo diante das adversidades.💗

 Como sempre, vou deixar o link tanto para a compra quanto para fazer o download do livro em PDF. Beijos e até a próxima resenha com a parte dois que é intitulada "Testamento".

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